Querido primo,
Indescritível.... Indescritível !
Assim foi a sensação que tivemos durante os quatro dias que passamos em Verona a procura das origens de nossa família. Gostaria que todos os interessados pudessem ter sentido o mesmo, pelo menos vou tentar repassar um pouquinho de nosso trajeto...
Iniciamos nossa pesquisa na Igreja matriz de Grezzana, onde fomos recebidos pelo Pároco, que prontamente nos permitiu verificar os arquivos de lá. Na busca, encontramos alguns Orlandi, mas nem sinal de Andrea e seus filhos...
Como o Pároco estava muito atarefado, designou-nos don Giuliano Tosi, que nos explicou que teríamos mais chances de encontrarmos os Orlandi procurados, em duas outras igrejas da mesma paróquia: Romagnano e Azzago. As mesmas ficam distantes de Grezzana, fechadas e sem frequente transporte publico.
Don Giuliano ofereceu-se para levar-nos a Romagnano pela manha e Azzago pela tarde.
Na primeira igreja, as buscas foram infrutíferas e voltamos para o almoço em Grezzana meio desanimados, apreensivos de que a localização não seria tão fácil.
No almoço chegamos a discutir a possibilidade de iniciarmos as buscas em outras paróquias. À tarde retornamos a casa paroquial, e o padre então nos levou a Azzago. No caminho ficamos encantados com a vista; não é a toa que o endereço da igreja é Belvedere no 8. O padre tinha outros afazeres e nos deixou pesquisando em aproximados vinte livros de registros de nascimentos, casamentos, óbitos e anagrafos.
No almoço chegamos a discutir a possibilidade de iniciarmos as buscas em outras paróquias. À tarde retornamos a casa paroquial, e o padre então nos levou a Azzago. No caminho ficamos encantados com a vista; não é a toa que o endereço da igreja é Belvedere no 8. O padre tinha outros afazeres e nos deixou pesquisando em aproximados vinte livros de registros de nascimentos, casamentos, óbitos e anagrafos.
Depois de quase duas horas de procura o Dílson, meu esposo, me olhou e perguntou:
- Vania, Andrea era pai do Giovanni e do Agostino ?
- Era ! Por quê ? (perguntei empolgada).
- Então não deve ser esse, porque apesar de ser Orlandi, esse é pai do Giovanni, Agostino, Giacomo, Catterina, Maria e Tereza.
Foi quando vimos na anotação do Anagrafo, que lá estavam os filhos do primeiro casamento com a Annunziata assim como os outros do casamento com a Lucia.
Nesse momento eu não me aguentei de emoção e comecei a chorar....
Vania Orlandi encontrou os Anagrafos da Família Orlandi |
A alegria foi enorme, não tem como explicar... Acabamos descobrindo um irmão do Andrea, e seus pais. Foi então que o padre voltou. Contamos a ele nossa descoberta e ele disse brincando:
- Pronto! Adesso ho trovato lavoro per me! (Quis dizer: acharam trabalho para mim, vou ter que fazer os Documentos!!!).
Já estava anoitecendo e não conseguimos tirar fotos do local quando saímos, o padre então, se prontificou a levar os documentos para reconhecer sua firma na Cúria em Verona no dia seguinte pela manha. Ele nos contou que se nós fossemos fazer o reconhecimento demoraria muito mais tempo.
No dia seguinte, estávamos lá esperando pelo documento, o padre fez então o reconhecimento e nos convidou para um passeio, pois tem um irmão que vivera 6 anos no Brasil e agora é reitor de um Seminário em Verona; fomos então conhecê-lo. Don Tiziano Tosi nos recebeu e conversamos em bom português. Ele nos contou toda historia e os verdadeiros motivos da imigração para o Brasil naquela época.
Depois de um bom almoço, como se não bastasse, don Giuliano ofereceu-se para levar-nos novamente a Azzago e autorizou-nos a fotografar os arquivos. Desta maneira foi também possível fotografar um pouco da região, a rua onde nasceram e viveram Andrea e seus filhos, o cemitério onde está enterrado, e outros locais históricos de Azzago. Infelizmente não encontramos nenhum descendente por lá, mas já sabemos que o Giacomo teve filhos em Azzago, e poderemos procura-los no futuro.
Antes de deixar-nos na estação rodoviária o padre presenteou-nos com um livro, escrito por um morador de Grezzana, que contem contos única e exclusivamente da localidade de Azzago.
Sinto-me realmente privilegiada de ter passado pela experiência de retornar as nossas raízes, e gostaria de deixar um agradecimento especial ao Dílson que mesmo não falando muito Italiano esforçou-se por nos conduzir nessa busca, ao Pároco e a don Giuliano que com tanta boa vontade nos auxiliou.
Vania Orlandi
(Bisneta de Agostino Orlandi)
(Bisneta de Agostino Orlandi)
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